Goleiro argentino, destaque nas quartas da Libertadores, relembra compatriota que atuou pelo clube nos anos 1980: "Ele me disse que se arrependeu de ter saído do clube"
O goleiro Rossi foi protagonista na classificação do Flamengo para as semifinais da Libertadores, defendendo dois pênaltis decisivos contra o Estudiantes, na Argentina. Nesta quarta-feira, às 21h30, no Maracanã, o Rubro-Negro enfrenta o Racing, também da Argentina, pela vaga na final.
Com pouco mais de dois anos de clube, Rossi já conquistou a Copa do Brasil, a Supercopa do Brasil e um bicampeonato carioca. Em busca de novas glórias em 2025, o goleiro argentino se inspira em um ícone que também fez história no clube: Ubaldo Fillol.
Fillol, conhecido como "Pato", brilhou no futebol mundial durante a década de 1970 e início dos anos 1980, conquistando a Copa do Mundo de 1978. Ele chegou ao Flamengo em dezembro de 1983 para substituir Raul Plassmann e, apesar da identificação com a torcida, permaneceu pouco mais de um ano, participando de 71 jogos e conquistando Taça Guanabara e Taça Rio. Anos depois, admitiu arrependimento por ter deixado o clube tão cedo.
Após a saída de Fillol, o Flamengo passou 38 anos sem goleiro estrangeiro, até a chegada de Rossi em 2023. Na época da apresentação, o argentino destacou a emoção de seguir os passos de um dos maiores goleiros argentinos da história. Dois anos depois, com mais títulos no currículo, Rossi finalmente conheceu Fillol pessoalmente.
— Passou muito tempo desde que ele (Fillol) esteve aqui. Agora que estou vivendo o que é o Flamengo de verdade. Quando cheguei aqui, ele me disse que se arrependia muito de ter saído do Flamengo naquela época. E o Flamengo já era grande. Eu não vivi aquela época, mas acho que hoje é maior ainda. É algo inexplicável estar aqui — afirmou Rossi, após encontro no Ninho do Urubu, quando Fillol veio ao Rio como convidado da delegação do Racing para a Recopa Sul-Americana. O ex-goleiro presenteou Rossi com uma réplica da camisa que usou na Copa de 78.
— Essa influência dos goleiros argentinos aqui há muito tempo não acontecia. Estar aqui me deixa muito feliz e contente, pela história do futebol brasileiro, do Flamengo e dos goleiros argentinos no Mengão. Me deixa feliz estar hoje cumprindo meu trabalho aqui, fazendo da melhor forma que eu gosto, que é dentro do campo. Contar com o apoio da torcida é algo muito importante — completou.
Além de Rossi e Fillol, apenas mais dois argentinos passaram pelo gol do Flamengo: Eusébio Chamorro, contratado em 1953 e pouco utilizado, e Rogelio Domínguez, entre 1968 e 1969, que não teve destaque.
O amuleto e a inspiração de Fillol têm refletido no desempenho de Rossi. Pelo Flamengo, ele soma 130 jogos como titular, com 65 partidas sem sofrer gols — 50% de aproveitamento. Foram 89 gols sofridos, média de 0,68 por jogo. Na Libertadores, disputou 20 partidas e ficou intacto em 11, consolidando-se como peça-chave no estilo de jogo do clube, ao lado de Filipe Luís.
Rossi também se destaca pela atuação com os pés, participando da saída de bola e criando oportunidades. Na vitória sobre o Palmeiras, por exemplo, ele lançou Pedro, que acionou Arrascaeta, autor do gol de abertura. Além disso, o argentino se comunica constantemente com os companheiros e orienta estratégias junto ao treinador.
Agora, Rossi tem mais um desafio: eliminar o Racing e levar o Flamengo à final da Libertadores. O primeiro duelo será no Maracanã, com a decisão marcada para a Argentina, no dia 29.
Rossi no Flamengo:
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130 jogos (todos como titular)
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77 vitórias, 31 empates, 22 derrotas
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67,2% de aproveitamento
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89 gols sofridos (0,68 por jogo)
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65 jogos sem sofrer gol (50% das partidas)
✦ Fonte – Jogo de Hoje 360°

